quinta-feira, 7 de abril de 2011

ah, as coisas intangíveis

Hoje estou muito, muito feliz! O projeto "Fashion Noivas" meu e do Bruno foi aprovado, estamos radiantes e correndo atrás de tornar real este projeto um tanto quanto "surreal". A vontade de escrever e me expressar veio a tona depois de ontem, o dia foi muito difícil, nossa equipe de Moulage ficou desde cedo na faculdade terminando o projeto e à noitinha fizemos ensaio fotográfico com make e fotografia da My, aproveitei e matei a saudade dela! Cheguei em casa saturada pois durante a aula da tarde (Astrid) minha pressão caiu e fiquei muito ruim... Capotei na cama e minha temperatura começou a subir, e eu comecei a tremer, mas logo depois passou... ainda bem! Minha mãe havia me ligado quatro vezes e a Tutti uma, dai retornei pra minha mãe, pois ela acha que quando não atendo é que estou quase morrendo. Liguei pra ela e chorei, chorei, chorei. Desliguei o telefone e chorei chorei chorei... Ainda bem que quando cheguei na aula hoje descobri que mais umas 6 pessoas ligaram chorando pra mãe, namorado, amiga, estamos todos ficando loucos! É fato, a My mesmo disse: "Você vai acordar Santa Marcelina, almoçar a Santa, dormir a Santa e namorar a Santa" e é o que está acontecendo... Santa Marcelina não combina com vida social... Mas combina com carinho, atenção, afeto, que é o que nos dá ânimo e motivo para conseguirmos elaborar nossos trabalhos! É uma delícia conversar horas a fio no telefone quando alguém se interessa por nossos trabalhos e nossas idéias, ontem depois de conversar com minha mãe e minha amiga pude terminar tranquilamente meus desenhos, pois sou movida a carinho e motivação. Tenho pessoas na minha vida que sao muito importantes para mim, mas às vezes é como se estivesse sozinha, vivendo por mim mesma e por um objetivo que tenho a seguir! Depois de ser aprovada para o Fashion Noivas e chorar rios de lágrimas ontem, coloquei algumas regras para minha vida! Coloquei algumas prioridades em minha vida, elas não partirão de mim, partirão do interesse ou indiferença das pessoas que fazem parte da minha vida. Em breve irei te ver em Rio Claro minha branquela, vou pra Campinas ficar horas conversando com minha poia que me cobra sempre de ir lá, quero ver minhas amigas do cursinho que ha mais de um ano querem me ver, e irei almoçar no domingo com a tia Regina que tanto me apoiou. Preciso doar um pouco do meu tempo para as pessoas que fazem questão de mim em suas vidas... Talvez no domingo eu almoce com a D.Mª Rita... Amanhã Vic, eu e Thais iremos comemorar o F.Noivas, e no domingo vamos desenhar desenhos de observação... uma vai ser modelo da outra, engraçado isso até... Sábado de manhã preciso ir na 25 comprar moldeira de flor e organza para as flores da roupa do F.Noivas, estou tão empolgada! Acho que depois da aula da Tais vou pro bar com a turma da facul... não quero ir pra casa, cansei de ficar a semana toda fazendo trabalho sem tempo para comer, arrumar meu quarto, lavar roupas e até mesmo dormir...


"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstancia eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato, então pude relaxar! Hoje sei que isso tem nome: Auto Estima! Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é: Autenticidade! Quando me amei de verdade parei de desejar que minha vida fosse difernte e comecei a ver que tudo que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje sei que isso é: Amadurecimento. Quando me amei de verdade comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é: Respeito. Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável: Pessoas, Tarefas, tudo que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa ativute de Egoísmo, mas Hoje sei que se chama: Amor Próprio! Quando me amei de verdade desisti de temer meu tempo livre e de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômalos de futuro. Hoje faço o que acho CERTO, o que GOSTO, quando QUERO e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é: Simplicidade! Quando me amei de verdade desisti de querer sempre ter razão e com isso eu errei muito menos vezes. Hoje sei que o nome disso é: Humildade! Quando me amei de verdade desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez... Isso é: Plenitude! Quando me amei de verdade percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar, mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada."


=D =D =D Agradeço a Deus por poder realizar este ovo projeto e peço energia, muita energia e paciência! See u latter

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fashionista

Retomo ao principal motivo de ter feito um blog há quase um ano atrás, estava em São Paulo, longe dos meus pais, meu irmão e melhores amigas e me sentia sozinha. Simples, um lugarzinho onde posso expressar todo meu dia a dia, minhas idéias e como circulam meus pensamentos e sentimentos, mas aos poucos comecei a escrever menos e menos, pois fui preenchendo este vazio que havia, mas agora, mesmo estando na faculdade que mais queria, estando em harmonia com meus pais e irmão, eu sinto que alguma coisa não está coerente. Depois que me tornei aluna da Santa Marcelina pude aprender o que é falar com amor da faculdade que faz e do curso que escolheu. Para muitos, fazer moda é algo fútil, banal... Pensam que nós apenas recortamos tecidos e desenhamos "mulheres vestidas", que engano, que mente ignorantepara pensar desta maneira! Fazer "Design de Moda" vai muito além dos acessórios, das roupas, dos calçados e do que para muitos está "na moda". Fazer moda é ter sensibilidade, é deixar o seu sentidos mais íntimos aflorarem, é estudar um pouco de cada assunto e adquirir um repertório amplo. Fazer "Design de Moda" requer que você entenda como funciona a economia do seu país e dos países que comportam o mundo, exige que saibamos como é a agricultura em nosso país, pois tecidos são feitos de fibras, e estas dependem muito da agronomia, como as de origem vegetal e animal, sem falar que precisamos aprender um pouco de matemática, pois temos desenhos técnicos que exigem precisão e temos que elaborar fichas técnicas, onde há uma exigência de cálculos como aproveitamento de área de tecido, quantidade de tecido por blusa, sem contar as grandes escalas! São tantos argumentos PRÓ-Moda que poderia ficar a noite toda aqui... Nós desenhamos muito, exercitamos nossa criatividade todos os dias, fazemos inúmeros trabalhos que dispõe muito tempo, fora o dinheiro que empregamos nisso. Algumas pessoas dizem que "ah,vocês ficam desenhando..." ou então "ficam modelando papel em um falso corpo", mas é muito além disso... Para elaborarmos trabalhos que precisam de contextos e principalmente coleções de Moda, só o conhecimento da faculdade não basta, é necessário que entendamos um pouco de tudo que se passa ao nosso redor: anatomia, fatos históricos antigos e atuais, televisão, literatura, novas técnicas de medicina, descobertas espaciais, novos compostos químicos, manifestos sociais, leis que regem nosso país e a população, novas fibras extraidas dos vegetais, e enfim, é como citei anteriormente, é um aglomerado de conteúdos! Agora questiono: Será que uma pessoa que faz um curso específico como exatas, humanas, etc teria a criatividade necessária para sair de um curso de Moda? É, fica aí a incógnita não é? "Fashion is the art Designers are the god Models play the part of angels in the dark Which one of you would ever dare to go against? That beauty is a trade and everyone is paid! Fashionista How do you LOOK???"

"Fashion Noivas" - FASM! (Graziele Turati e Bruno Andrade)


Release para o Fashion Noivas 2011
Século XVI ao Século XXI - do pudor ao fetiche.

Desde tempos perdidos na memória do ser humano, a mulher deseja se sentir única e especial no dia do seu casamento. Nas diferentes culturas e com inúmeras estéticas, o traje de noiva, foi, é e será uma peça fundamental dentro de todo o ritual. Criado e recriado, o traje busca, mais que eternizar a imagem da noiva, busca também um significado. Pensando nisso o tema do nosso Projeto "Fashion Noivas" tem por objetivo abordar dois extremos: Século XVI ao Século XXI - do pudor ao fetiche.
Durante muitos séculos os pais "prometiam" seus filhos em casamento e era tradicional que as moças se casassem virgens logo após terem a menarca. Os casamentos em si não eram por amor, mas por interesses políticos e financeiros.
A burguesia em meio ao Século XVI deu início à competição de aparências, sendo indispensável o uso de corpetes, afinal cinturas finas eram símbolo de fragilidade, e os quadris amplos, sinal de fertilidade. No século posterior introduziram-se sapatos de saltos altos com a intenção de as mulheres não sujarem a barra de seus vestidos.
Meados do século XVIII e XIX o pai fazia a apresentação formal da filha para a sociedade em um grande baile de gala, e o propósito era que suas filhas conseguissem um bom partido. Quanto às moças, era necessário que mantessem o pudor imposto pela burguesia, mas ao mesmo tempo tinham de ser sedutoras, cativando assim o seu futuro par.
Nestes bailes haviam grandes chapelarias, e a entrada das moças era triunfal. Usavam uma "Capa de Ópera" para cobrir o belo vestido, esta, era de cor escura e por dentro forradas com uma cor vibrante.
Usavam-se amplas crinolinas, extremamente pesadas e feitas dos mais inusitados materiais, desde ferro até madeira. Tal armação não dava mobilidade ao corpo e sua vasta dimensão dificultava aproximação dos rapazes. Aos poucos estas armações foram perdendo a dimensão e tal volume passou para a parte de trás do corpo, transformando-as em anquinhas e, junto a elas tinha o uso de chapéis muito grandes, alguns assumiam o formato semelhante à um sino, o que dificultava a movimentação e aproximação das moças com as outras pessoas.
Grandes marcos históricos como a Revolução Industrial influenciou na maneira de vestir do século seguinte.
A mulher aos poucos conquistou seu respeito e posição social, e, deste período para cá a variedade de modelos de roupas foi imensa e junto com eles vieram diversos estilistas, mas iremos apenas ressaltar a estilista Vivienne Westwood que, no início dos anos 70 inaugurou a primeira boutique com artigos eróticos, a Sex.
O espartilho não é mais visto só como uma roupa íntima, os calçados de salto alto não são usados no intuito de não sujar a barra dos vestidos, assim como meias e roupas de baixo não fazem parte só da toilette, mas sim de um desejo das pessoas por artigos deste novo patamar.
Quanto ao nosso projeto, resolvemos abordar este tema pois a virgindade e os valores femininos para com a sociedade vem sendo muito questionado entre os jovens e suas famílias. Muitos alegam ser coisa do passado esta preocupação de se guardar para uma só pessoa, mas em contraposição, muitos acham que isto não é algo primordial deste século. Se é ou não obrigatório manter estes valores em pleno século XXI, não cabe a nós afirmar. A única coisa que sabemos é que, toda mulher tem o seu desejo próprio independente da pressão externa que sofrem e, casando ou não virgens, toda mulher tem seus fetiches e sonhos. O nosso look traz a pureza contida nos séculos passados e a ousadia e idéia de fetiche iniciada na Década de 60. Para isso, selecionamos ao longo dos períodos indumentárias femininas que sejam símbolo de respeito para podermos elaborar nosso look. Estas peças, mais uma pitada de criatividade irão transmitir todo o conceito que desejamos.
O look é composto por uma capa que sobrepõe ao vestido que será exibido, esta capa foi elaborada a apartir de dois elementos: a "Capa de Ópera" e o Chapéu em formato semelhante à um sino, e forrado com flores vermelhas artesanais, pois flores desabrocham, e através delas representaremos o “interior feminino” se desabrochando. Estes dois elementos fundidos tem o dever de simbolizar a pureza, e para isso escolhemos um tecido de o algodão, a sarja, pois ela tem uma gramatura ideal para sobreposição de tecidos sem que dê transparencia de cores. A capa é forrada de vermelho e o tecido é de poliéster, pois não queriamos nenhuma fibra pura. No intuito de elaborarmos um trabalho rico em detalhes, o fechamento da capa é dado por cadeados, ao todo, sete cadeados, pois o número sete é o número da perfeição (posto que Deus criou o mundo em Sete dias).
O buquê é feito em uma base de madeira que se abre, e sua estrutura é em arame e correntes, e as flores são de organza de poliéster vermelha feitas artesanalmente. O buquê se abre, assim como uma mente se abre a novas idéias, e assim como uma mulher pura se abre ao desejo.
Queremos que as pessoas vejam o que há por baixo de um belo e farto vestido de noiva. Nossa modelo exibirá os seios nús e usará apenas uma caleçón vermelha por trás do vestido que é inspirado em duas peças da toilette: o espartilho e a crinolina.
A parte superior do vestido (espartilho) é fechada por sete cadeados, pois o fato de abrir e fechar nos remete ao fetichismo, e o número sete como citamos anteriormente, é o número da perfeição. A saia do vestido é uma armação de crinolina e em seus entremeios possúem correntes. Esta crinolina irá reforçar a idéia dos extremos: ela é ampla e impede a mulher que a usa de se aproximar fisicamente das pessoas, principalmente do sexo masculino, mas, da mesma maneira que ao longo dos séculos o volume de saias e de pudor foi dimunuindo, nossa saia segue a mesma linha de pensamento. Com a ajuda de damas de companhia ela retrai o volume de seus elos, e depois ela se encolhe, diminuindo significativamente seu comprimento. As correntes desta crinolina ganham um aspecto de franja, duplo, e isto faz menção às roupas das melindrosas do final do século XIX.
A escolha da madeira utilizada na roupa foi limitada, pois a espessura deve ser mínima e também
deve ser maleável para fazer os elos da crinolina e as "barbatanas" do espartilho.
É tradicional que mulheres se casem de branco, mas o sangue que corre em suas veias não é branco,
e neste sangue circulam os hormônios, e estes são responsáveis pelos desejos, e ainda que optem
viver em castidade ou então casarem virgens, nenhuma mulher é branca por dentro.
"Há uma hipocrisia entre usar branco e o interior continuar sendo vermelho."
Bibliografia:
ALMEIDA, Ângela Mendes de. O gosto do pecado: casamento e sexualidade nos manuais dos confessores do Séc XVI e XVII - Rio de Janeiro: ROCCO, 1993, 2ª Ed.
BERNARD, Malcom. Moda e Comunicação - Rio de Janeiro: ROCCO, 2003.
STEELE, Valerie. Fetiche: Moda, Sexo e Poder - Rio de Janeiro: ROCCO, 1985.