sábado, 13 de novembro de 2010

"Belo" Burke no trabalho de Glória Coelho

Este seminário foi proposto para se expor os conhecimentos adquiridos através das aulas ministrada por Roberto Yokota sobre Edmund Burke e, suas percepções sobre "Belo" e "Sublime" dentro da matéria de Estética.
O Belo desperta sinestesias e paixões, Edmund Burke em seu livro "Observações sobre o sentimento do belo e do sublime" diz: "Por beleza entendo aquela qualidade, ou aquelas qualidades dos corpos em virtude das quais eles despertam amor ou alguma paixão semelhante".
A beleza é harmoniosa, contida de proporção e simetria, e desperta tantos sentimentos, pois é subjetiva e transmite uma sensação agradável no mais profundo eu. Ainda que provoque emoção, medo e choro, se há harmonia e agrada o olhar, sem sombra de dúvidas é belo. Sobre o amor, tantos amam e dizem amar sem mesmo compreender a fundo o sentido desta palavra. Amor desinteressado, incondicional e sem o toque do desejo não pode ser designado “belo", pois o belo atiça, o belo instiga os instintos a um querer desmedido, não é amor puro, mas sim uma paixão avassaladora.
Além deste desejo outro fator absorvido do livro acima citado foi o "belo" inserido nas pequenas coisas, coisas belas recebem denominações no diminutivo como uma maneira de demonstrar afeto, carinho. Não somente as palavras, mas também "Assim, com relação a sua quantidade, os objetos belos são comparativamente pequenos". A fragilidade é também refletida na beleza.
As cores belas nunca são frívolas ou sombrias. As cores do belo são harmoniosas, como Burke cita em seu livro, assemelham-se à plumagem de um pavão. Além de cores possuímos também as linhas, o belo jamais possuirá linhas rígidas e extremamente retas, ele preza pela ondulação, pela sincronia de movimentos.
"Todos os corpos agradáveis ao tato causam prazer pela resistência mínima que oferecem”.
Depois de aprimorarmos um pouco mais nossa percepção sobre o "belo" chegamos a um consenso de que deveríamos interagir as teorias de beleza de Burke com o trabalho e inovação de algum estilista brasileiro conceituado não só pela mídia, mas pelo trabalho que faz, e assim foi feito. As próximas estrofes contêm além de uma resumida biografia da estilista selecionada, inúmeras características que se enquadram nos padrões de beleza.

A mineira Glória Coelho, desde criança se interessou por artes plásticas e esteve ligada ao mundo artístico. Cresceu e teve o privilégio de estudar moda em uma das melhores escolas de Paris, então começou com sua própria marca e posteriormente desenvolveu uma vértice denominada "Carlota Joakina", uma marca voltada para o público jovem e um pouco mais ousado, já que a "G" agrada mulheres muito sofisticadas.
Desde o início do seu trabalho é possivel observar o "belo".
Suas peças de roupa são minunciosamente elaboradas, cada detalhe é impressendível e não passa despercebido. São pequenos acabamentos, enfeites manuais, cetins e organzas dispostos da maneira mais harmoniosa cabível, uma delicadeza e fragilidade explícita.
Ao primeiro olhar a vontade é tocar, sentir com as mãos aquela docilidade e proporção precisa. Mas, logo depois de olhar, observar cada detalhe, a vontade é ter um desses dentro do guarda roupas. E este não é somente feminino, pois homens ao se depararem com mulheres trajando roupas elaboradas por esta estilista, de ímpeto sente um forte desejo não apenas pela mulher que traja esta bela roupa, mas também pela roupa que desperta alguns dos seus sentidos: olhar e tato.

Os shapes encontrados nas coleções são bem elaborados e também estruturados, mas esta estrutura não se enquadra em algo totalmente rígido já que seus traços não são de todo retilíneo, há curvas, ondulações e diferentes texturas. As cores (exceto o preto) são claras e há muitos tons pastéis além dos tons vibrantes e estas escolhas fazem com que ainda mais encontremos beleza contida em peças de roupa.



Conhecendo um pouco mais sobre o que é "belo", e aprimorarmos nossas percepções ao estudarmos um pouco mais sobre o trabalho desta conceituada estilista, conseguimos ter conhecimento suficientes para afirmar quão inteligente e perspicaz são as peças elaboradas por Glória e porque é reconhecida não só nacionalmente mas em vários lugares do mundo, como Europa, Estados Unidos, Canadá, China, Líbano e Kuait (países para onde exporta suas coleções).


Referências Bibliográficas
BURKE, Edmund - "Observações sobre o sentimento do belo e do sublime" (1757)
COELHO, Glória - "Glória Coelho" (2007)
www.uol.com.br/moda/

Referências Iconográficas
www.gloriacoelho.com.br
www.uol.com.br/moda/
www.google.com.br/imagens/edmundburke


Graziele Turati (11 de Novembro de 2010)